O que é a Vida?

Existem vários níveis de como responder a essa pergunta e vários aspectos diferentes nos quais se focar: Existe algo como um “espírito”?

FILOSOFIA

Telestes

9/24/20244 min read

Mãe natureza
Mãe natureza

O que é a vida?

Existem vários níveis de como responder a essa pergunta e vários aspectos diferentes nos quais se focar: Existe algo como um “espírito”, seja lá o que isso possa significar para você, em todas as formas de vida? Ou a definição é simplesmente algo material, uma reunião muito bela de moléculas e reações químicas e elétricas que se expandem e se movem? Ou os dois?

Com certeza quase todo mundo já pensou nisso quando era criança: Uma pessoa com certeza é um ser vivo, um animal também, mas e uma planta? Plantas são consideradas seres vivos, apesar de não se moverem como animais e não terem o mesmo tipo de complexidades, mas ainda assim são consideradas seres vivos. Protozoários, fungos e bactérias também, apesar de serem bem mais simples, de vez em quando tendo apenas uma célula.

Mas quando se chega ao nível de simplicidade de um vírus, esse assunto começa a ficar muito estranho, porque grande parte dos cientistas não considera vírus como seres vivos, já que o vírus é um “ser” muito peculiar, que não se reproduz por conta própria, não cresce, não reage a estímulos exteriores; ele basicamente vampiriza outras formas de vida para se reproduzir.

Existem, porém, casos ainda mais estranhos: Florestas, por exemplo. Existe uma bem popular chamada “Pando Clone”, uma floresta enorme composta de árvores que são clones umas das outras, considerada por vários cientistas como sendo um único organismo. Mas não precisamos ir tão longe: árvores “conversam” entre si (https://youtu.be/Un2yBgIAxYs) por meio de sinais químicos transmitidos entre suas raízes, inclusive com a ajuda de fungos, e conseguem até mesmo transmitir nutrientes por essa rede subterrânea. Já foram estudados e comprovados alguns comportamentos que existem também em humanos e outros animais, como ajudar os organismos mais novos e dar preferência àqueles da mesma espécie.

Essa rede de comunicação e ajuda entre as árvores, uma rede que se pode descrever como cibernética, sugere, de certa forma, um senso de “coletividade” e lembra muito o microcosmo humano, com trilhões de células interagindo e formando o nosso corpo, e o que muitos chamariam de uma “ilusão”, nossa consciência.

Mas será possível que, em uma escala ainda maior que a de animais e plantas, um sistema cibernético desse tipo poderia surgir? Da mesma forma como animais, humanos, plantas, fungos e bactérias se comunicam entre si e uns com os outros, com mensagens de diferentes níveis de complexidade, de uma forma muito semelhante à comunicação entre células dentro de um organismo, será que um planeta inteiro não seria como tal organismo? Onde até mesmo coisas que não têm vida por si mesmas, como a água, o solo ou o ar, inseridas nesse organismo, teriam o papel de transmitir mensagens entre si, funcionando assim como células ou moléculas individuais de cada célula, que, cumprindo um papel dentro desse organismo, dão a ele vida? Será que o próprio planeta, a própria Terra, tem um tipo de consciência dentro desse organismo? (Parecido com isso)

E, caso esses macro-organismos existam de fato (é só observar e pensar um pouco que é possível, pelo menos, notar a presença deles) e possuam vontade e consciência (e esse é o ponto chave), não teria isso uma grande semelhança com aquilo que os antigos druidas e as primeiras culturas entendiam como “seres sobrenaturais” na nossa concepção? Não seria justamente esse o objeto de culto daqueles povos que observavam e entendiam, mesmo que de uma forma não científica, mas muito preciosa, os fenômenos que ocorriam ao seu redor, e como cada indivíduo, cada cultura e a raça humana em geral fazem parte desse grande organismo que existe de uma forma oculta (porque a célula não tem um cérebro para saber, como nós sabemos, que faz parte de um organismo), e que a memória humana perdeu há tanto tempo?

E se essa conexão com o “macro-organismo”, assim como no caso das árvores na floresta, é algo que deveria nutrir e dar força a cada ser vivo conectado a ele, algo que dá poder e aprimora cada célula, tornando o indivíduo e o macro cada vez mais poderosos e mais conectados entre si? E, se há algo que resta do ser humano após a morte, qual outro papel teria ele, integrado a esse organismo, a não ser o de ajudar seus filhos?

Se essa “teoria” estiver certa, grande parte da humanidade, devido a certas “ideias” contraídas com o passar das eras, age como um câncer nesse organismo, destruindo seu equilíbrio, e logo ele começa a reagir, o que só pode terminar na morte do organismo, dos humanos que causam a morte ou, na melhor das hipóteses, na cura da humanidade. A coisa mais importante a se fazer agora seria justamente isso, curar o “inconsciente coletivo” humano, e, para isso, é necessário destruir a doença.

Mas, enfim, acredito que essa visão do Eu como sendo um membro de um organismo vivo maior e consciente, organismo esse com o qual talvez as antigas religiões e culturas e as escolas de mistérios tivessem a capacidade de se comunicar, de uma forma mais integrada, seja a chave para entender melhor essas culturas e religiões, assim como o que seriam os deuses, o cosmos, a vida e tantos outros infinitos mistérios que se escondem na experiência mundana da alma humana.

Boa sorte meditando sobre esse assunto e tentando enxergar esses macro e micro organismos que eu tentei descrever no texto.