Abstração Abraâmica

Primeiramente, falo: falar, transmitir. A vil seletividade vista nas linhas do pensamento da queda revelam uma dissociação grave… Retirar não para aumentar, não para gerenciar, mas para corromper, substituição viciosa de raciocínio. Eu entreguei o braço aos abutres? A pergunta me veio de outra face, outra possibilidade, outro sentido, e a resposta foi dada sem uma única palavra… E por quê?

Assistindo o discurso assim chamado racional, eu concordei com a loucura. Havia mais doçura nos lábios daquela moça que vício nessas mentes ultrajadas? Lótus passa a mostrar mais, chamar mais, o coração acelera mais e mais; deixe que ele vá, segurá-lo seria… Loucura? Seria feio, incompatível, incongruente, assim como o comportamento de coelho para um lobo, de presa para um predador. Assim se caminha cada vez mais fraco, mais brando, assim se ignora cada vez mais a paisagem, ela passa a não importar mais, mata-se o mundo. Que crime. Isso, vá e envenene corações, aproveite e envenene também o seu, esse é o seu apogeu, eu mostro-o o caminho que deve seguir, por que não direciona seus passos rigidamente a ele?

Procede a loucura, ela fala sem dizer qualquer palavra vã, qualquer coisa que você diria. Qualquer coisa que você faria, qualquer manifestação, devo, dizer, eu observo de cima para baixo. A língua abraâmica dissocia a cosmogonia em relação a seus aspectos, ela separa o que deve estar unido e cria o que não deveria existir. Espaços vazios e energias desligadas se vê aos montes. Para essa visão, o que se segue na Natureza, a brutalidade, a força, a demonstração de poder, a violência, a amoralidade são todas coisas condenáveis, responsáveis por refletir um suposto estado inferior, sem “civilidade” e, principalmente, “sem racionalidade”. Claro, pois tudo que representa a superioridade é ofensivo para os inferiores. Nesse sentido, a incapacidade é evidente demais para que seja possível acessar estados mais livre, e a preferência se dá na aceitação da mediocridade.
Não há o Ser, há a enorme barriga. Não há a Ação, há o sono no sofá.

Eu vi criaturas devorarem o próprio rabo, e não posso dizer que as impediria.

Artigo por Virya Escritos, arte por Wanderer Ygg

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